GLOBALISMO, GLOBALIDADE OU GLOBALIZAÇÃO?

O que globalizou foi o fenômino do Estado-Nação. Agora tem Estado Nacional para todos os lados. No início do século XX, eram 60 países, no máximo. Agora tem 200 Estados. O capital, quanto mais fortalece e expande, mais fica nacionalista.

(José Luis Fiori)

segunda-feira, 15 de março de 2010

Etapa 1 b) Principais Consequências do Processo de Globalização segundo Ulrich Beck

Uma das consequências da globalização, para Beck, é que "daqui para frente, nada que venha a acontecer em nosso planeta será um fenômeno espacialmente delimitado". Ou seja, a irreverssibilidade da globalização aproxima as pessoas e os acontecimentos, dando uma importância maior para o "local". Ele caracteriza a globalização como uma forma de negar o conceito de "Estado mundial", pois, embora as sociedades estejam interligadas, elas não se fundem, formando uma só. Ele deixa claro que "não há poder hegemônico ou regime internacional econômico ou político."
Trazendo o seu pensamento para a economia, Beck diz que a consequência da "globalização econômica" é a redução do poder político dos Estados Nacionais, pois acredita que a globalização causa um desmantelamento do aparelho do Estado, e também afirma que o aparecimento da globalização é uma fator de ameaça para o Estado Nacional.
"A sociedade mundial, que tomou uma nova forma no curso da globalização - e isto não apenas em sua dimensão econômica - , relativiza e interfere na atuação do Estado nacional, pois uma imensa variedade de lugares conectados entre si cruza suas fronteiras territoriais, estabelecendo novos círculos sociais, redes de comunicação, relações de mercado e formas de convivência. Isto fica evidente em todas as colunas da autoridade do Estado nacional: impostos, atividades especiais da polícia, política externa, segurança militar." (BECK, 1999, p. 18).
Beck entende ainda o processo de Globalização como fator de ameaça, que rompe com as correntes sindicais e com o próprio Estado nacional, uma vez que as transnacionais passam a atuar livremente no cenário internacional, sem aprovação de Parlamentos ou mudanças na legislação, buscando por mais privilégios e menos deveres, ou seja, buscam Estados que não lhe cobram impostos ou onde a Lei do Trabalhador é mais frágil. “As empresas transnacionais escapam dos impostos do Estado nacional, as pequenas e médias empresas, responsáveis pela maior parte da oferta de postos de trabalho, sangram nas mãos dos novos entraves da burocracia fiscal” (p. 21). Deste modo, para o autor o Estado é o que mais perde com este processo e, seria necessário reformular a atuação do mesmo para que pudesse ganhar com o processo de globalização. O diagnóstico deste processo é que “o capitalismo gera desemprego e não depende do trabalho. E assim cai por terra a histórica aliança entre economia de mercado, Estado de bem-estar social e democracia” (BECK, 1999, p. 25).

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