GLOBALISMO, GLOBALIDADE OU GLOBALIZAÇÃO?

O que globalizou foi o fenômino do Estado-Nação. Agora tem Estado Nacional para todos os lados. No início do século XX, eram 60 países, no máximo. Agora tem 200 Estados. O capital, quanto mais fortalece e expande, mais fica nacionalista.

(José Luis Fiori)

segunda-feira, 22 de março de 2010

Etapa 2 a) Principais Pressupostos das Correntes Teóricas sobre Globalização: Os Céticos


O conceito de globalização, para os céticos, é só um discurso que serve para tirar a responsabilidade de cima dos Estados. Os céticos não questionam o papel do Estado, e sim, a globalização. Para eles, o Estado mantém a sua autonomia e capacidade reguladora.
A pergunta que eles se fazem é em que grau ocorreram as mudanças promovidas pela globalização E, além disso, houve mudanças estruturais no cenário internacional?
Os próprios céticos respondem essas perguntas dizendo que não ocorreram mudanças significativas no cenário internacional. Não existem uma novidade. E, além disso, a globalização não é um processo sem precedentes.
Quando falam a respeito da globalização econômica, costumam dizer que as empresas continuam mantendo seu vínculo com o Estado nacional, mesmo havendo integração econômica. Prova disso é que, segundo Giovanni Arrighi, “aconteceram mudanças qualitativas no mercado financeiro, mas não significa uma mudança estrutural no sistema”, ou seja, o Estado não perde sua autonomia.
Quando os céticos falam a respeito da economia internacional, eles alegam que, mesmo admitindo que ela seja integrada, antes da Primeira Guerra Mundial a abertura do mercado era maior do que é hoje. E ainda, o volume total do comércio internacional era maior naquele período.
Para Hirst e Thompson, “a liberalização (do mercado financeiro) foi fruto de decisão política e a supervisão (do Estado) vai até onde tal vontade permite.” Essa liberalização tornou difícil para o Estado tomar decisões sem levar em conta as ações dos demais Estados, no entanto, “há uma grande diferença entre aceitar esse fato e assumir o esvaziamento do Estado e a inutilidade da ação política. (GALVÃO. Globalização: Arautos, Céticos e Críticos, p.121) Do mesmo modo, Eric Helleiner, outro cético da globalização, aceita as mudanças provocadas pela liberalização ao mesmo tempo que critica sua irreversibilidade.
De acordo com Gerald Epstein, “a relação entre as nações-estado e os fluxos internacionais de capital diverge frontalmente da visão de que os mercados reduzem o papel dos governos.” “Enquanto a perspectiva dos globalistas defende que qualquer tentativa de interferência governamental é irrealista e contraproducente, Epstein, ao contrário, afirma que o poder estatal define o contexto para o funcionamento suave desses mercados.”(GALVÃO. p.121)

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