GLOBALISMO, GLOBALIDADE OU GLOBALIZAÇÃO?

O que globalizou foi o fenômino do Estado-Nação. Agora tem Estado Nacional para todos os lados. No início do século XX, eram 60 países, no máximo. Agora tem 200 Estados. O capital, quanto mais fortalece e expande, mais fica nacionalista.

(José Luis Fiori)

sábado, 27 de março de 2010

Etapa 3 - c) e d) O Processo de Globalização e o Capitalismo: A Vitória dos Ricos na Globalização

O texto começa com uma frase que sintetiza parte do pensamento dos céticos quanto ao fenômeno da globalização: “As regras do jogo do capitalismo global por enquanto favoreceram muito mais os países industrializados do que as nações em desenvolvimento". Isso foi dito em Maio de 2002, momento da publicação do artigo na Revista Veja, e, no entanto, ainda serve muito bem 8 anos depois.
Os autores consideram a globalização como um acontecimento irreversível e irremediável. Os países em desenvolvimento que muitas vezes se apoiaram nela para aumentar seu crescimento, perceberam pouco depois que ela também pode ser caracterizada como um processo excludente e perigoso, uma vez que o capitalismo global e a onda de liberalização dos anos 90 causaram muitos estragos em economias que estavam crescendo e acabaram em uma profunda crise econômica. No texto, o ponto alto da ligação entre o capitalismo e a globalização vem expresso na seguinte afirmação: “Ironicamente, os comunistas chineses ajudaram a provar que o capitalismo é indispensável para tirar as pessoas da pobreza”. Isso porque, o momento em que a economia chinesa começou a despontar mundialmente foi justamente na década de 90 com uma maior abertura econômica impulsionada pela globalização. A partir de então, os chinese, que defendiam ferozmente os preceitos comunistas e fugiam da liberalização por motivos ideológicos, passaram a fazer parte do fenômeno da conexão global.
Outra discussão presente no artigo é a respeito do comércio mundial e das barreiras à exportação. Os países em desenvolvimento continuam sendo prejudicados pelos subsídios que os países ricos dão aos produtores agrícolas nacionais. E essa tendência, ao contrário do que os autores afirmaram no texto, está longe de ser revertida com o aprofundamento da globalização. Hoje, se pode afirmar isso com segurança, uma vez que a Rodada Doha da OMC ainda não conseguiu produzir efeitos suficientes nos governantes dos países ricos para que essas práticas protecionistas fossem desencorajadas. As conversas nesse campo vêm sendo pouco produtivas, já que as barreiras comerciais continuam sendo impostas por parte dos países desenvolvidos e, a abertura econômica para produtos estrangeiros não sofreu grandes alterações por parte dos países em desenvolvimento.
Já no campo político, a globalização obteve grande sucesso no quesito de levar idéias globais de democracia e liberdade para todos os cantos do mundo. A globalização, segundo os autores, serviu inclusive para passar uma idéia de que tudo o que acontece em qualquer parte do globo é “vigiado” pelas pessoas de outros os lugares. Ainda, esse fato serviria para pressionar os Estados Unidos, que mesmo sendo uma potência hegemônica, teria que prestar contas aos outros países. Esse fato é apoiado pela teoria da interdependência de Joseph Nye.
Os americanos, mesmo sendo um ponto chave para a globalização e fonte de sustentação para o capitalismo global, não conseguem resolver todos os problemas do mundo sozinhos. Está fora de seu alcance. Aliás, a cultura americana largamente espalhada pelo mundo acabou sofrendo grandes perdas durante o governo Bush devido à chamada “guerra ao terror”. O terrorismo é um dos problemas que não podem ser solucionados unilateralmente, assim como o combate ao narcotráfico, o desmatamento e a proteção do meio ambiente.


ALCÂNTARA, Eurípedes; SALGADO, Eduardo. A vitória dos ricos na globalização. Revista Veja, 29/05/2002. Disponível em: http://veja.abril.com.br/290502/p_096.html. Visualizado em: 26 de Março de 2010.



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