GLOBALISMO, GLOBALIDADE OU GLOBALIZAÇÃO?

O que globalizou foi o fenômino do Estado-Nação. Agora tem Estado Nacional para todos os lados. No início do século XX, eram 60 países, no máximo. Agora tem 200 Estados. O capital, quanto mais fortalece e expande, mais fica nacionalista.

(José Luis Fiori)

domingo, 21 de março de 2010

Etapa 2 a) Principais Pressupostos das Correntes Teóricas sobre Globalização: Os Ultraglobalistas

Ultraglobalistas são os autores considerados como entusiastas da globalização. Acreditam que a globalização é um fenômeno inédito e que o sistema intenacional tem passdo por mudanças estruturais que alteraram sua dinâmica.
Além disso, consideram que o Estado não é mas o principal ator não só no comércio como também no sistema interncional em si.  A corrente ultraglobalista é baseada em três pressupostos:

  • há uma novidade histórica no processo de globalização que vem ocorrendo desde o final dos anos 1980, com o triunfo do capitalismo;

  • desenvolvimento da economia mundial rumo à integração dos mercados;
  • redução e/ou alteração nas funções dos Estados, que passaram a presenciar a emergência de novos atores e a formação de um mercado global.
No texto de Galvão (1998) há uma exposição das idéias dos principais autores dessa corrente. Segundo ele,  alguns dos primeiros a ter tal visão dos acontecimentos mundiais foram Barnet e Müller que em 1974 publicaram o livro chamado "Global Reach". Tratam da importância das empresas multinacionais para entender a dinâmica do processo de globalização, especialmente no papel das empresas norte-americanas instaladas no exterior. Consideram que os gestores das transnacionais foram os primeiros a combinar organização, tecnologia, dinheiro e ideologia na busca pela integração mundial.
Já nos anos 1990, dois outros atores ultraglobalistas passaram a se destacar (Kenichi Ohmae e Robert Reich), especiamente com a idéia de aprofundamento no processo de integração da economia mundial. Esse é um dos poucos elementos em comum que tais autores utilizam para argumentarem sobre a globalização.
Ohmae tem uma posição um pouco mais radical do processo de globalização e considera que chegaram ao fim os Estados nacionais e suas fronteiras. As justificativas para tal afirmação seriam os fluxos de informação, industriais e financeiros que fizeram com que as fronteiras geográficas passassem a existir somente no papel. Há uma interdependência econômica, mas o papel do Estado ness processo foi modificado. As relações econômicas passaram a ser comandadas pelas empresas transnacionais e outros atores, ou seja, o Estado perdeu poder político e econômico. Com a flexibilização das fronteiras nacionais, os mercados globais passaram a controlá-las. Desaparece o papel do Estado como condutor das relações internacionais. Robert Reich trata de questões atinentes à relação entre o contexto interno dos Estados Unidos (busca da redução da desigualdade social) e o papel das empresas multinacionais norte-americanas e por meio dessa relação defende o nacionalismo econômico desse país.
Outro autor que está inserido entre os ultraglobalistas é Thomas Friedman, que ao contrário de Kenichi Ohmae, considera que o Estado não deixa de existir, mas passa a ter uma importância secundária. Passa a exercer a função de facilitador do processo de globalização. A preocupação central deixa de ser a segurança dos cidadãos e passa a ser identificada com a maximização dos ganhos e o desenvolvimento econômico. Há a idéia de Estado mínimo, ou seja, dá espaço para o mercado regular a economia e o deixa livre para atuar no processo de distribuição do capital.

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