GLOBALISMO, GLOBALIDADE OU GLOBALIZAÇÃO?

O que globalizou foi o fenômino do Estado-Nação. Agora tem Estado Nacional para todos os lados. No início do século XX, eram 60 países, no máximo. Agora tem 200 Estados. O capital, quanto mais fortalece e expande, mais fica nacionalista.

(José Luis Fiori)

terça-feira, 6 de abril de 2010

Etapa 4 b) Efeitos da Globalização sobre o Estado Nacional: A Resilência do Estado Nacional diante da Globalização

Ricupero inicia no texto uma análise sobre o Estado-nação, e toma como ponto de partida os países europeus e mostra ao longo da análise que o Estado nacional não acabou nem foi vencido pela globalização. Deste modo fica presente logo no começo que este não é adepto da corrente de pensamento de alguns autores ultraglobalistas como Kenichi Ohmae ao afirmar que com a globalização o estado perdeu o seu poder e importância no sistema internacional e ao pregar o fim das fronteiras nacionais (GALVÃO,1998, p. 68).
O texto relata a capacidade dos países de estarem sempre mudando, resistindo ao tempo e as transformações, mesmo que alguns Estados possam estar debilitados, quase sem institucionalidade, não quer dizer que não são Estados, muito pelo contrário, permanecem firmes, mesmo sem muitas vezes ter um poder central.
Ricupero afirma ainda que mesmo com toda a “novidade” da globalização muitos Estados ainda resistem à mesma e adotam uma atitude nacionalista, seja pelo zelo de sua economia, segurança ou ainda pela preservação de sua identidade nacional. Neste sentido cita os Estados Unidos no governo Bush como sendo um governo deste tipo, pois, “George W. Bush praticamente baniu do discurso a palavra globalização. O que é natural, pois um governo de cunho acentuadamente nacionalista e unilateral como o seu possui escassa afinidade com o internacionalismo da globalização. Os problemas atuais – guerras intermináveis no Iraque e Afeganistão e crise econômica de proporções inquietantes no seio da economia-centro do mundo globalizado – dificultam a volta de condições propícias a um novo auge da globalização” (RICUPERO,2008, p. 136).
No entanto, o autor não nega a globalização, afirma sim que esta impulsiona as forças transnacionais, os crescentes fluxos financeiros, servindo de base para o avanço tecnológico, contudo, salienta que a globalização está passando por uma fase, que agora perde um pouco um seu espaço no momento atual, neste sentido observa que “Em suma, não é exagero sustentar que a globalização não sofreu retrocesso, mas perdeu por enquanto o que os americanos chamam de momentum, isto é, o ímpeto, o ritmo acelerado ostentado há doze ou quinze anos “(RICUPERO,2008,p. 137-138). Portanto, o Estado continua importante, e que os atores não estatais são necessários e compõem o cenário internacional, porém não ocupam o lugar do Estado-nação.


GALVÃO.  Marcos B. A. Globalização: Arautos, céticos e críticos (primeira parte).Política Externa. São Paulo: Paz e Terra / USP, v 6, n 4, p. 36-88, março, 1998a.

RICUPERO, Rubens. A resilência do Estado Nacional diante da globalização. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ea/v22n62/a09v2262.pdf. Acesso em: 06 abril. 2010. 

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