GLOBALISMO, GLOBALIDADE OU GLOBALIZAÇÃO?

O que globalizou foi o fenômino do Estado-Nação. Agora tem Estado Nacional para todos os lados. No início do século XX, eram 60 países, no máximo. Agora tem 200 Estados. O capital, quanto mais fortalece e expande, mais fica nacionalista.

(José Luis Fiori)

terça-feira, 13 de abril de 2010

Etapa 4 D) - Clipping de notícias

Fome é causada pela má distribuição e não pela falta de alimentos

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) já tinha reconhecido há 20 anos que "o problema não é tanto a falta de alimentos, mas a falta de vontade política".
Segundo o diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, hoje existe mais comida que o necessário. E sem cultivar um quilômetro quadrado que seja a mais, seria possível alimentar toda a população do planeta.
"Ao mesmo tempo em que temos uma crise de alimentos, jogamos fora 30% a 40% dos alimentos produzidos. Ao invés de nos perguntarmos onde podemos encontrar mais terra para cultivar ou se será preciso plantar na Lua, deveríamos olhar para o nosso quintal. Temos que encontrar estímulos financeiros para evitar que se jogue comida fora", conclui.
Outros argumentos apresentados foram:
"A ideia de que somos cada vez mais numerosos e por isso precisamos produzir mais é equivocada. Precisamos é produzir melhor. Menos da metade dos grãos hoje em dia é destinada à alimentação, enquanto a maior parte serve para fabricar rações animais, biocombustíveis e outros produtos industriais.", explica Haerlin da fundação Zukunftsstiftung Landwirtschaft, que apoia projetos ecológicos e sociais no setor agrícola. "Aí fica claro que o problema não é se somos ou não materialmente capazes de produzir mais, e sim se há comida suficiente lá onde é necessário."
"Se temos 1 bilhão de pessoas que passam fome por não ter dinheiro para comprar comida e outro bilhão de clinicamente obesos, alguma coisa está obviamente errada", alerta Janice Jiggings, do Instituto Internacional para Meio Ambiente e Desenvolvimento em Londres.

Link: http://www.dw-world.de/dw/article/0,,4792836,00.html  

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Empresas latinas conquistam mercado europeu

Grandes empresas latino-americanas ultrapassam as fronteiras nacionais e expandem também na Europa. Razões e desafios desses investimentos, no exemplo de duas empresas das grandes economias Brasil e México.
O México e o Brasil são os principais países latino-americanos em termos de investimentos diretos na Alemanha, a maior economia europeia. Segundo um levantamento do Banco Central alemão feito em abril de 2009, o estoque de investimento estrangeiro direto (IED, ou FDI Stocks) em 2007, último ano de que há dados disponíveis, o volume de investimentos mexicanos foi de 182 milhões de euros (em 2004 haviam sido 60 milhões de euros).
O Brasil é o segundo neste ranking, com 130 milhões de euros em investimentos diretos na Alemanha em 2007 (três anos antes haviam sido 101 milhões de euros).
Apesar da crise mundial, os investimentos de empresas brasileiras no exterior atingiram em 2008 a segunda marca mais alta da história, com 20,5 bilhões de dólares. Naquele ano, 25,32% das receitas das 20 maiores transnacionais brasileiras vieram de suas operações com o exterior, aponta o estudo que teve o patrocínio da empresa de consultoria KPMG.
As transnacionais brasileiras mantêm subsidiárias principalmente na América Latina (46%), Europa (21%) e América do Norte (17%). A exportação é a forma preferida para conquistar novos mercados (45%), seguindo-se os fatores "aquisição" e "alianças e parcerias", ambos com 17% da preferência.
A Gerdau, do ramo de siderurgia e metalurgia, é a empresa brasileira que apresenta o maior índice de transnacionalidade no Ranking 2009, com 63% dos seus ativos, além de ter mais de 50% de suas vendas e funcionários no exterior (13 países).
Alexander Schmidbauer, analista regional da Associação Empresarial para a América Latina, cita quatro grandes empresas mexicanas na Europa: a Cemex, uma das três maiores fabricantes de cimento do mundo; o Grupo Bimbo, um dos líderes mundiais no ramo da panificação, com fábrica na República Tcheca; o Grupo Maseca, maior produtor mundial de tortilhas de milho, com presença operativa na Espanha, Itália, Inglaterra e Holanda; e o Grupo Televisa, maior produtor do mundo de conteúdo televisivo em espanhol, que detém 40% do La Sexta, canal de televisão espanhol de âmbito nacional.
Daí, podemos concluir que embora não haja um ramo industrial predominante, há um fator em comum: todos os conglomerados mexicanos e brasileiros que expandiram para a Europa assumiram inicialmente papéis de liderança no México/Brasil e na América Latina.

Link: http://www.dw-world.de/dw/article/0,,5194098,00.html

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Declaração ambiental é aprovada na Indonésia por mais de 130 países

Mais de 130 países aprovaram em fevereiro de 2010 a Declaração de Nusa Dua sobre o Meio Ambiente, que destaca a importância da preservação da biodiversidade e da adoção de uma "economia verde", baixa em carbono e que freie a mudança climática.
"Pouco após a conferência de Copenhague e da grande frustração que gerou, os ministros de Meio Ambiente de mais de 130 países voltaram a encontrar uma voz coletiva. O mundo deveria estar orgulhoso disto", afirmou o diretor-executivo do Programa das Nações Unida para o Meio Ambiente (Pnuma, na sigla em inglês), o alemão de origem brasileira Achim Steiner.
Segundo o diplomata, o documento aprovado, entre outras coisas, vai proteger o ambiente do lixo eletrônico e do tráfico ilegal de resíduos tóxicos e promoverá a aproximação entre os avanços científicos e a comunidade política.

Link: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u699446.shtml
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Ford quer aumentar linha no Brasil e destaca globalização de operações

Focada na globalização cada vez maior de suas operações, a Ford quer destacar a importância do Brasil para a montadora. Dentro dessa estratégia, a Ford pretende aumentar a linha de produtos disponíveis no país, tanto em produção --inclusive para exportação-- quanto em importações, afirmou nesta terça-feira o presidente mundial e CEO da companhia, Alan Mulally.
"O Brasil e a América do Sul são cada vez mais importantes para a Ford mundial", afirmou Marcos de Oliveira, presidente da montadora no Brasil e no Mercosul. Ele citou o crescimento de participação da Ford no mercado brasileiro em 2009, de 10% para 10,3%, número que aumentou para 11,2% no primeiro trimestre deste ano e afirmou que a companhia tem como meta continuar expandindo suas vendas, mas sem descuidar da lucratividade.
Mulally anunciou ainda que como parte da estratégia de globalização, a montadora vai uniformizar os produtos fabricados ao redor do mundo. A ideia é que a nova linha do Focus tenha 80% de peças iguais em todo o mundo. Os 20% restantes serviriam para customizar o veículo de acordo com o mercado em que seria comercializado. Para o novo Fiesta, o percentual seria de 65%.

Link: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u717055.shtml


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Narcotraficantes mexicanos são fundamentais para máfia italiana, diz especialista

Os grupos de narcotraficantes do México representam hoje uma das rotas fundamentais para a cocaína e para a máfia italiana calabresa, a 'Ndrangheta, segundo um livro do pesquisador italiano Francesco Forgione, que foi presidente da Comissão do Parlamento italiano contra a máfia entre 2006 e 2009.
De acordo com Forgione, atualmente a dimensão das máfias no mundo é principalmente financeira, cuja participação ou coparticipação em sociedades e instituições creditícias lhes permitem uma extraordinária capacidade de movimentos financeiros de um rincão a outro, conquistando assim um lugar de protagonista na globalização.
"Tais movimentos são ocultos, o que alimenta a hipocrisia de governos e instituições que, por essa razão, não combatem a máfia em sua real dimensão, ou seja, a financeira e a social" complementa.
Forgione explica que as máfias "sabem se adaptar à globalização e, além de suas manifestações mais sanguinárias, se transformaram em autênticos holdings econômico-financeiros criminosos", e este é o ponto que deve ser atacado pelos governos. É necessário tirar a riqueza dos mafiosos para que estes "deixem de ter poder", diz.

Link: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u693943.shtml

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Produtos mais baratos reduziram roubos a casas, diz pesquisa

Os pesquisadores da Universidade de Leicester afirmam que os ladrões estão deixando de invadir domicílios para assaltar pessoas, uma alternativa mais rentável aos criminosos.
Para o pesquisador James Treadwell, houve uma mudança de prioridade por parte dos ladrões. Segundo ele, um aparelho de DVD - alvo comum de furtos domiciliares no passado - "simplesmente não vale mais a pena ser roubado" devido ao seu preço baixo.
"Enquanto aparelhos de DVD, por exemplo, ficaram mais baratos, alguns itens de consumo ficaram menores e muito, muito caros e cobiçados. Então modelos mais novos de telefones celulares ou de iPods, que as pessoas costumam portar, viraram alvos dos ladrões."
Treadwell afirma que a globalização - especialmente com a chegada de produtos eletrônicos baratos da China - está obrigando os ladrões a repensarem o que vale a pena ser roubado.

Link: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/02/100210_roubo_pesquisa_dg.shtml


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Desempenho dos Bric está em declínio, diz 'FT'

“Enquanto o índice S&P 500 [indicador que mede o desempenho de ações das principais empresas dos EUA] caiu “apenas” 12%, o Bovespa caiu 15%, os índices das bolsas da Rússia e da Índia mais de 20% e o índice CSI300, da China, teve uma queda de 54%”, diz o jornal em sua coluna de análise diária de temas ligados ao mercado Lex Column.
Segundo o FT, fatores locais teriam contribuído para esse cenário, mas a queda nos preços das commodities teve um papel ainda mais importante, já que “prejudicou países ricos em recursos, como a Rússia e o Brasil”. Além disso, ainda teria abalado a idéia de que as fortes economias asiáticas eram justamente a razão pela qual os preços estariam subindo.
“Durante anos a principal fonte do crescimento marginal global veio dos mercados emergentes. Mas, agora, as exportações americanas podem reverter o qadro reescrevendo a história do novo crescimento mundial, depois de três anos de queda do dólar”, diz o FT.
O jornal cita o recuo de 10% do déficit comercial dos EUA registrado em junho – uma tendência que poderia afetar o atual superávit de seus parceiros comerciais, prejudicar as exportações de manufaturados da China e abalar a confiança do mercado nos países fornecedores de commodities.
De acordo com o FT, é possível acreditar em globalização ou em descolamento (da economia americana), mas não em ambos.

Link: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/08/080814_pressbricsft_np.shtml

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Estudo: Brasil é 42º país mais atraente para investimentos

O estudo avaliou 91 indicadores que refletem o ambiente para negócios segundo critérios usados por empresas para definir onde vão alocar seus investimentos.
A 42ª posição no ranking é a mesma obtida em 2002, quando o Economist Intelligence Unit avaliou os países para o período de 2003 a 2007.
Em uma escala de um a dez, o Brasil atingiu um índice de 6,89. O índice é levemente superior aos 6,53 obtidos em 2002.
Entre os países da América Latina, o Brasil ficou atrás apenas do Chile (20º) e do México (35º).
O país ficou na frente de outros países emergentes, como Argentina (52º), China (53º), Índia (54º) e Rússia (62º).
Os Estados Unidos caíram quatro posições no ranking, de 5º na avaliação de 2003 a 2007 para 9º. devido ao crescimento mais lento e com reformas no sistema tributário que poderiam onerar mais as empresas.
Os autores também ressaltam que apesar dos desafios enfrentados pela economia americana, o cenário global deve se manter "relativamente positivo" para investimentos internacionais, com continuidade dos processos de globalização, liberalização e desregulamentação.

Link: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/10/071025_economist_investimento_dg.shtml

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Brasil cai em ranking de países conectados globalmente

O Índice de Globalização, que avaliou como 72 países estão se "conectando globalmente", mostrou que o Brasil passou da 52ª para 67ª colocação, ficando logo atrás da China e três posições à frente da Índia, que figurou em penúltimo na listagem. O último lugar ficou com o Irã.
Os resultados do Brasil foram prejudicados pela entrada de novos países no relatório e pelas baixas pontuações nos indicadores de comércio (70ª), investimentos estrangeiros diretos (58ª), remessas e transferências pessoais (68ª) e remessas do governo (66ª).
Além de dados econômicos, o ranking analisou outros aspectos da globalização nos países, como a quantidade de tratados internacionais assinados pelos governos, o número de usuários da internet e informações sobre chamadas telefônicas internacionais e sobre viagens e turismo.

Link: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/10/071026_globalizacao_brasil.shtml


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ONU quer aliança global contra tráfico humano

Segundo uma estimativa da OIT (Organização Mundial do Trabalho), cerca de 2,4 milhões de pessoas são vítimas do tráfico humano, que gera aproximadamente U$32 bilhões (R$56 bilhões) por ano - a terceira atividade criminosa mais lucrativa do mundo, segundo a organização.
A conferência, em Viena, na Áustria, que está sendo organizada pela Iniciativa Global das Nações Unidas contra o Tráfico Humano (UN.GIFT, na sigla em inglês), reunirá mais de mil representantes de pelo menos cem países para discutir a vulnerabilidade das vítimas, o impacto do tráfico e as ações que devem ser tomadas pelos governos, mídia, setor privado e pela comunidade internacional para combater e reprimir a prática.
Segundo a ONU, o tráfico atinge países ricos e em desenvolvimento e é "o crime escondido da globalização"."As provas sugerem que o problema é global, significativo e que está em crescimento", afirma Antonio Maria da Costa, diretor do Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crimes (UNODC).
Ele afirmou ainda que espera que mais países ratifiquem o protocolo da ONU contra o tráfico humano e desenvolvam leis para combater o crime.

Link: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/02/080213_onutraficohumano_np.shtml

domingo, 11 de abril de 2010

Etapa 4 C - Avaliação do texto "A resiliência do Estado Nacional frente à globalização"

O texto de Ricupero (2008) trata da forma como o Estado tem reagido à influência da globalização. Sem desconsiderar outros autores que apontam o enfraquecimento do Estado em razão do processo de globalização, Ricupero se propõe a demonstrar que o Estado tem se mostrado capaz de se adaptar e reagir às pressões da globalização e tem mostrado cada vez mais sua força, como no caso da proliferação da quantidade dos mesmos e da tendência que os Estados já existentes tem de perdurar, mesmo sem capacidade institucional mínima de se manterem (2008, p.130-131).
Apesar dessa capacidade que os Estados têm demonstrado, Ricupero não exclui a idéia de que eles são submetidos a tensões e obstáculos, oriundas  do avanço da globalização, como a ampliação das tensões causadas por atores não-estatais (2008, p. 134).
Segundo o autor (2008, p. 136), no início da década de 1990, havia uma grande perspectiva de que os perigos da globalização encontrariam meios de se propagar, devido ao fim do socialismo e da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e da possível convergência visando a uma economia de mercado, essa tendo como ponto mais importante a criação OMC (Organização Mundial do Comércio). No entanto, tal perspectiva encontrou alguns obstáculos para se tornar realidade em razão dos efeitos das crises monetárias ocorridas nas mais diversas partes do mundo, o que fez com que se acentuassem os movimentos contrários à  globalização, especialmente com a mudança do foco das relações entre os países nesse período. Se antes a tendência era a proeminência dos mercados (importância maior do campo econômico), depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 a preocupação dos Estados passou a ser a própria segurança. Ricupero considera que esses acontecimentos contribuíram para que a globalização não pudesse mais encontrar as condições para se manifestar com força.
O autor (2008, p. 138) compartilha a idéia de que  para entender a situação do Estado Nacional é necessário compreender que nem tudo pode se reduzir à globalização, pois há forças no âmbito da segurança e da política, sendo que a influência de tais forças não tem como resultado imediato e necessário a redução das capacidades dos Estados.  Como por exemplo a criação da Organização das Nações Unidas e o consequente ampliação da idéia de segurança coletiva sob a liderança de tal órgão. Ainda segundo o autor, se existe a possiblidade de enfraquecimentos dos Estados, essa é, muitas vezes, concomitante ao fortalecimento de outros.
Em relação ao argumento de que a criação de organizações internacionais como a OMC poderia contribuir para que o processo de globalização se aprofundasse e o Estado perdesse força, Hirst e Thompson (2002, p. 294) apontam que "regimes de regulação, agências internacionais, políticas comuns sancionadas por tratado, tudo isso chega a existir porque os principais Estados-nação concordam em criá-los e em conferir-lhes legitimidade compartilhando sua soberania". Além disso, Thompson e Hirst (2002, p. 295)  argumentam que a importância fundamental que os Estados ainda possuem se deve ao fato de que eles são "os principais profissionais da arte de governar como processo de distribuição de poder, ordenando outros governos, dando-lhes forma e legitimidade".  Os dois autores compartilham a visão de Ricupero de que o Estado tem encontrado formas de se fortalecer frente aos possíveis efeitos que o processo de globalização possa apresentar aos mesmos.
O texto de Ricupero apresenta, no geral, uma visão de que os Estados Nacionais têm enfrentado obstáculos ao seu papel de principal ator das Relações Internacionais, mas tal afirmação não quer dizer que seu papel tenha se enfraquecido, pois ao mesmo tempo em que tais obstáculos têm surgido, o Estados têm mostrado cada vez mais sua força e novas formas de enfrentá-los. Os argumentos utilizados pelo autor para chegar a tal conclusão fornecem uma razoável base para entender a corrente de autores que afirmam que o Estado não perdeu poder com o processo de globalização. Por outro lado, tais argumentos são complementados pelas idéias de Hirst e Thompson (2008), visto que tais autores apresentam algumas das visões de Ricupero e também outros aspectos da preponderância dos Estados Nacionais em relação ao processo de globalização.

HIRST, Paul; THOMPSON, Grahame. Globalização em Questão: A economia internacional e as possibilidades de governabilidade. VOZES, Petrópolis, RJ, 2002.



terça-feira, 6 de abril de 2010

Etapa 4 b) Efeitos da Globalização sobre o Estado Nacional: A Resilência do Estado Nacional diante da Globalização

Ricupero inicia no texto uma análise sobre o Estado-nação, e toma como ponto de partida os países europeus e mostra ao longo da análise que o Estado nacional não acabou nem foi vencido pela globalização. Deste modo fica presente logo no começo que este não é adepto da corrente de pensamento de alguns autores ultraglobalistas como Kenichi Ohmae ao afirmar que com a globalização o estado perdeu o seu poder e importância no sistema internacional e ao pregar o fim das fronteiras nacionais (GALVÃO,1998, p. 68).
O texto relata a capacidade dos países de estarem sempre mudando, resistindo ao tempo e as transformações, mesmo que alguns Estados possam estar debilitados, quase sem institucionalidade, não quer dizer que não são Estados, muito pelo contrário, permanecem firmes, mesmo sem muitas vezes ter um poder central.
Ricupero afirma ainda que mesmo com toda a “novidade” da globalização muitos Estados ainda resistem à mesma e adotam uma atitude nacionalista, seja pelo zelo de sua economia, segurança ou ainda pela preservação de sua identidade nacional. Neste sentido cita os Estados Unidos no governo Bush como sendo um governo deste tipo, pois, “George W. Bush praticamente baniu do discurso a palavra globalização. O que é natural, pois um governo de cunho acentuadamente nacionalista e unilateral como o seu possui escassa afinidade com o internacionalismo da globalização. Os problemas atuais – guerras intermináveis no Iraque e Afeganistão e crise econômica de proporções inquietantes no seio da economia-centro do mundo globalizado – dificultam a volta de condições propícias a um novo auge da globalização” (RICUPERO,2008, p. 136).
No entanto, o autor não nega a globalização, afirma sim que esta impulsiona as forças transnacionais, os crescentes fluxos financeiros, servindo de base para o avanço tecnológico, contudo, salienta que a globalização está passando por uma fase, que agora perde um pouco um seu espaço no momento atual, neste sentido observa que “Em suma, não é exagero sustentar que a globalização não sofreu retrocesso, mas perdeu por enquanto o que os americanos chamam de momentum, isto é, o ímpeto, o ritmo acelerado ostentado há doze ou quinze anos “(RICUPERO,2008,p. 137-138). Portanto, o Estado continua importante, e que os atores não estatais são necessários e compõem o cenário internacional, porém não ocupam o lugar do Estado-nação.


GALVÃO.  Marcos B. A. Globalização: Arautos, céticos e críticos (primeira parte).Política Externa. São Paulo: Paz e Terra / USP, v 6, n 4, p. 36-88, março, 1998a.

RICUPERO, Rubens. A resilência do Estado Nacional diante da globalização. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ea/v22n62/a09v2262.pdf. Acesso em: 06 abril. 2010. 

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Etapa 3 e) Clipping de Notícias

Globalização leva britânicos e americanos a criar “supersindicato”.

A maior central sindical da Grã-Bretanha, Unite, se uniu ao sindicato americano United Steelworkers (USW), que representa os metalúrgicos, para criar uma nova entidade "global", a Workers Uniting, com 3 milhões de associados. A fusão assinada tem o objetivo de sincronizar negociações salariais com companhias multinacionais.
A notícia diz que os sindicalistas afirmam que o poder político e econômico de companhias multinacionais é formidável, pois podem jogar os trabalhadores de uma nação contra os de outra para maximizar seus lucros. E dizem que essa iniciativa foi uma resposta inevitável para a globalização das empresas. Todas as justificativas de se ter feito a fusão estavam voltadas para o enfrentamento do crescente poder.

BBC, BRASIL. Globalização leva britânicos e americanos a criar 'supersindicato'. 02 de julho, 2008. Disponível em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/07/080702_sindicatosunidos.shtml


Visto seria retrocesso na relação com britânicos, diz lula.

A embaixada britânica no Brasil emitiu uma nota sobre o assunto de que o país estava considerando o pedido de visto para 11 países, entre eles, o Brasil. Ainda de acordo com a nota, "a introdução do regime de vistos significaria que os visitantes provenientes destes países precisariam solicitar um visto de seis meses antes de viajar para o Reino Unido".
Na notícia, o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que a proposta do governo britânico era "lamentável" e não seria aceita pelo Brasil. Ele afirmou ainda que o governo brasileiro lamentava "qualquer perspectiva de dificulte a mobilidade de pessoas. Isso vai contra os princípios não só da globalização, mas também do bom relacionamento entre os países".


BBC, Brasil. Visto seria retrocesso na relação com britânicos diz lula. 15 de agosto, 2008. Disponível em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/08/080815_paraguailulavistos_ac_cg.shtml



Italianos se revoltam contra palavras em inglês.

Uma pesquisa realizada pelo site de um dos mais influentes centros de estudo da língua italiana em 2008, a Sociedade Dante Alighieri, apontou a palavra inglesa weekend como a que mais irrita os italianos.Os especialistas em italiano dizem que a expressão italiana fine settimana significa exatamente a mesma coisa e que, por isso, seria inútil, ainda que elegante, usar a palavra em inglês.
Na pesquisa, as opiniões da população pareciam estar mais divididas. Alessandra, uma secretária que foi entrevistada pelo jornal britânico The Daily Telegraph, afirmou acreditar que o uso do inglês faz parte da globalização. Essa pesquisa da sociedade fez parte de uma campanha para garantir que o italiano continue a ser uma das principais línguas nos trabalhos da União Européia.


BBC, Brasil. Italianos se revoltam contra palavras em ingles. 11 de setembro de 2008. Disponível em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/09/080911_italianonaoinglesebc.shtml



Lula pode pedir fim do protecionismo ao G20, afirmam analistas

O presidente Lula pede o fim do protecionismo comercial na Reunião do G-20 como uma solução para a crise mundial, segundo o ministro Celso Amorim “Exortações contra o protecionismo não bastam. Precisamos de ações concretas. E a ação concreta que podemos tomar é a conclusão da Rodada Doha". Portanto o Brasil vê na crise no qual o mundo está passando uma boa oportunidade para impulsionar a conclusão da Rodada Doha de liberalização do comércio internacional.
O que o país deseja dentro do G-20 é que todas assumam suas responsabilidades e enfrentem esta crise, como também de forma a pensar em uma reforma profunda dentro dos organismos multilaterais como FMI e o Banco Mundial.


BBC, Brasil. Lula pode pedir fim do protecionismo ao G20, afirmam analistas. 02 de abril de 2009. Disponível em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/04/090402_g20analiseabreml.shtml



 Sequestro internacional de filhos cresce com a globalização

Com o crecente processo de globalização, o número de casamentos entre pessoas de diferentes nacionalidades se expandiu, com isso atritos e disputas familiares internacionais também aumentou. O Departamento de Estado norte-americano está preocupado, visto que após realizado um levantamneto percebeu-se que o número de casos de crianças sequestradas aumentou até 88%.
O que fica claro é que é praticamente impossível para os Estados Unidos, mas não só para este país, monitorar e/ou controlar este tipo de crime, visto que “Em um mundo incrivelmente conectado, americanos e americanas estão cada vez mais encontrando os seus parceiros em outras parte do planeta. Em casos extremos, os parceiros estrangeiros removem filhos deste país”, afirmou o senador americano Rush Holt.
Como mencionado acima, este tipo de crime se tornou global não só atingindo os Estados Unidos, como outros Estados, como Brasil, e Inglaterra, este último teve um aumento expressivo desde o ano de 1995. Como bem diz a Diretora da Organização Reunite Denise Carter “Temos de aceitar que somos uma aldeia global e que as pessoas têm mais mobilidade em decorrência de trabalhos em outros países e de contratos mais curtos”.



O GLOBO.Sequestro internacional de filhos cresce com a globalização. 24 de dezembro de 2009. Disponível em:  http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/12/24/sequestro-internacional-de-filhos-cresce-com-globalizacao-915352064.asp



Sarkozy afirma em Davos que o mundo vive uma "crise da globalização"

O Presidente francês Nicolas Sarkozy fez uma crítica aos Estados Unidos ao afirmar na abertura do 40º Fórum Econômico de Davos que o mundo passa por uma “crise da globalização”. Segundo Sarkozy os países devem ser mais prudentes e pensar nas conseqüências futuras ao atuar no sistema financeiro internacional, mas não só neste sentido, deve-se procurar uma ação conjunta para pensar no futuro e que estas ações devem ser entendidas e aceitas pela liderança mundial, neste caso, os Estados Unidos.


G1. Notícias e Economia. Sarkozy afirma em Davos que o mundo vive uma "crise da globalização". Dsiponível em: http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL1465288-9356,00-SARKOZY+AFIRMA+EM+DAVOS+QUE+O+MUNDO+VIVE+UMA+CRISE+DA+GLOBALIZACAO.html